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livro

16/12/17

22h

Mitzi do Rio

Fotos: Cristina Granato

Como prova de que nunca é tarde, Mitzi de Almeida Magalhães, ex- primeira-dama do Estado da Guanabara, viúva de Raphael de Almeida Magalhães, estreou como escritora aos 86 anos de idade, com uma coletânea de contos inspirados em acontecimentos contemporâneos.

As histórias fluem em três grandes tendências narrativas.

No começo do livro, com a ajuda de escritores célebres e suas obras, tais como Machado de Assis e os gêmeos Esaú e Jacó, e José de Alencar, de Iracema, a autora nos oferece contos filosóficos e metáforas poéticas ligadas a situações muitas vezes surreais.

 

A segunda linha narrativa do livro diz respeito a um certo memorialismo subjetivo, uma lembrança da época de colégio e de amores juvenis, costumes desfeitos no tempo. É o momento da lembrança de colégios de meninas, como o Sion ou o Sacre Coeur.

A autora não se nega a reconhecer como histórias vividas por ela grande parte do que é narrado. Sua sinceridade e apego à verdade não a deixam esconder o nome dos envolvidos, mesmo quando são os de seus próprios pais. 

Por fim, a autora nos surpreende com uma escrita realista de costumes sociais, filha das crônicas urbanas que caracterizaram certa literatura brasileira do século XX, de João do Rio a Nelson Rodrigues. São contos-crônicas, retratos do comportamento de casais e familiares de classe média, suas pequenas frustrações e falsidades, sempre argutos e com finais bem humorados.

Nas palavras de Cacá Diegues, Mitzi é, antes de tudo, "uma narradora de histórias fascinantes e diversificadas, a recuperar, com seu texto, o gosto pela literatura". Numa estrutura narrativa original, que paradoxalmente nos remete aos melhores clássicos da literatura mundial, ela reúne, em torno de uma mesa de jantar, personagens que tanto podem ser renomados, quanto anônimos criados por seu talento e imaginação. 

Texto: Assessoria.

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