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CARNAVAL
11/02/2018
18h
Baile
do Copa
POR MARCIO.G
Sou do tempo em que você ia ao Baile do Copacabana Palace, o hotel mais emblemático do Rio, para ver as fantasias de Maria Eudóxia Cunha Bueno (Duvivier), Regina Mello Leitão, Yara Andrade, Lucianita Fiala de Siqueira Carvalho, Anna Gimol Capriglione, Ana Luiza Capanema, Maria Alice Pinho e, claro, Carmen Mayrink Veiga, entre tantas mulheres da melhor sociedade carioca. Primeiro time em peso. O baile de Carnaval do Copa era "A" festa do ano, e todo mundo ficava curioso para ver os arranjos de cabeça das mais elegantes, os cabeleireiros Jambert, Nonato e Alain Durand, mais o maquiador Alberto, assinando a maioria delas.
Reunindo as estrelas do Ibrahim, do Zózimo, da Nina Chavs e da Perla Sigaud (pseudônimo da Hilde), o baile rendia notícias a semana inteira. Era um tal de chegar, nas redações, fotos de Carmen com Eloína, Lucianita com Rogéria, Anna Gimol com Silvinho, o cabeleireiro que passava as tardes de sábado no júri do programa do Chacrinha... A mistura mais charmosa e democrática que o Rio assistia, uma vez por ano.
Não se conhecia a Isabelita dos Patins, Danuza não escrevia abóboras.
À parte a lista de convidados mais emblemática da cidade, que tinha quase sempre o dedo do inesquecível Jorginho Guinle (mesmo depois de a família Guinle vender o Copa, o hotel tinha em Jorginho uma espécie de ponte entre a melhor sociedade carioca), o buffet era uma atração à parte. Faisões e salmões disputavam lugar em baixelas de pura prata.
Viajando daqueles áureos tempos, até chegar aos dias de hoje, depara-se com o déjà vu que se percebeu no último sábado: um banho de água fria. Gente linda, bem vestida, comendo penne à quatro queijos, ar condicionado tinindo, mas um mar de desconhecidos das colunas sociais ornado pela decoração mais do mesmo.
Talvez falte ao Copa a figura da Relações Públicas, porque a diretora geral do hotel, Andréa (Árvore de) Natal, até pode ser administradora competente, como dizem, mas, espalhafatosa e cafona, não pode ser "a cara" de um hotel do naipe do Copacabana Palace, estar à frente de uma festa dessa envergadura, querendo aparecer mais que seus "convidados" (a maioria hoje paga para entrar).
Dona Mariazinha Guinle se revirando no túmulo - posso imaginar.
Fotos: Miguel Rios/Divulgação